quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Ultrassom transretal

em quarta-feira, 13 de novembro de 2019

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O mês de novembro agora é AZUL!!! Essa estratégia foi criada como forma de alerta aos homens para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, uma moléstia silenciosa e fatal, mas que com as atuais tecnologias tem altas taxas de cura.

Mas ao focar nesse tipo de problema, geramos um preconceito pelo medo, tanto do exame quanto do possível diagnóstico, que afasta muitos homens da procura pelo médico.

Preciso alertar que um número considerável de homens mais velhos sofre com problemas prostáticos, como a hiperplasia prostática benigna, que nada tem a ver com câncer, mas que altera muito a qualidade de vida devido a dificuldade na eliminação da urina, terminando nos casos mais graves a levar os pacientes ao uso de sonda vesical ou mesmo à hemodiálise por insuficiência renal. Esse é o meu dia a dia. 

O crescimento da próstata pode ser monitorado eficazmente através do ultrassom transretal, exame indolor, sem necessidade de preparo, e que é claro: causa algum constrangimento (sabemos que não é natural para os homens, e respeitamos isso!), mas que possibilita o tratamento desse mal que aflige grande parte da população masculina, sendo facilmente tratável através de medicações ou mesmo cirurgias minimamente invasivas realizadas através do canal uretral, a critério dos urologistas.


Em qualquer momento que se sentir preparado (não precisa ser em novembro...), vença seu medo e  procure o urologista, pois queremos não apenas envelhecer, mas sim: qualidade de vida!!!!     


terça-feira, 7 de agosto de 2018

Ultrassom na Infância

em terça-feira, 7 de agosto de 2018

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A realização de exames em crianças, especialmente entre 1,5 a 3 anos de idade é um verdadeiro desafio. Nessa idade eles passam pelo maior ciclo de vacinas, e muitos demonstram-se assustados devido a outros variados fatores também.

Do mesmo modo outros colegas também podem ficar assustados ou impacientes com seus pacientinhos pediátricos. Lembro-me certa vez, ao retomar meu trabalho hospitalar, de ter chegado um bebê de um ano e nove meses com as auxiliares da enfermagem agitadas entrando na sala, em número de três ou quatro. Quando me virei e vi a cena logo comentei rindo: calma gente, é só UM bebê! E fiquei imaginando aquele monte de gente agarrando a criança para realizar o exame ... 

Eu acho uma delícia! A imagem é limpa e em geral de fácil obtenção. Conseguimos visibilizar com muita destreza estruturas de dentro do crânio através da fontanela, órgão abdominais, e até mesmo avaliação de complicações de pneumonia, sem a necessidade de sedação da criança, como precisamos realizar em outros tipos de exame como a tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética. Por ser um exame dinâmico ele consegue observar o movimento natural das estruturas como as batidas do coração, a respiração diafragmática e movimentos de peristaltismo intestinal.

Claro que precisamos de um bom tanto de conversa em voz baixa... e acima de tudo, brincadeiras! Antes de um ano o difícil é interromper o "olho no olho" da criança para podermos olhar a tela - afinal de contas essa é minha função - mas eles ficam muito bravos!

E dá-lhe explicar que aquele é meu videogame, que vou passar uma pomada, conversinha vai, conversinha vem ...  o gel aquecido ajuda muito nessa hora. Ter criado quatro filhos também serve de currículo!

Alguns aplicativos também mostraram-se diferenciais em nossa tarefa, como o da 'santa' galinha, aquela pintadinha. Na faixa etária mais difícil, funciona quase como um anestésico, os bebês maiores não se mexem, por mais que você aperte-os com o transdutor. Em raros casos as crianças estão tão assustadas que nada funciona, aí vai no agarra e faz - que judia menos, mas são exceções.

Nada como o sorriso no final do exame e um abraço, algumas vezes consigo descolar até um "colinho", com direito a apertar supervisionadamente os botões do meu videogame!



segunda-feira, 16 de julho de 2018

MAMAS DENSAS

em segunda-feira, 16 de julho de 2018

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Hoje em dia é muito comum o pedido de exame de ultrassonografia das mamas devido ao achado de mamas densas. Mas o que seria isso ?

As mamas existem nos mamíferos com o objetivo de produção de leite para alimentar suas crias. No sexo feminino elas se desenvolvem a partir da adolescência devido a presença do hormônio estrogênio.  O tecido responsável pela produção de leite nas mamas é o tecido glandular mamário. Ele aparece em grande quantidade nas adolescentes, e vai sendo substituído aos poucos por tecido gorduroso na idade adulta, principalmente após a menopausa. 

O que ocorre é que as vezes essa substituição é mais demorada em algumas mulheres, e elas permanecem com grande quantidade de tecido glandular presente, mesmo após os 40 anos de idade. Os fatores que contribuem para isso são desde predisposição genética, pouco número de gestações, pouco tempo de amamentação, até idade avançada para primeira gravidez.

Esse tipo de mama, chamada "densa" vai ter maior quantidade de tecido do tipo glandular do que gorduroso, por isso fica mais "branca" na mamografia. Como geralmente na mamografia os nódulos também aparecem na cor branca podem ter sua detecção dificultada nesse tipo de mama. Daí o exame precisar ser complementado pelo ultrassom, pois os nódulos tem boa distinção do tecido glandular por esse tipo de método.

Infelizmente as mulheres com esse tipo de mama também tem maior sensibilidade mamária, especialmente em dias que antecedem a menstruação, inclusive com manifestação de dores, o que causa maior desconforto para realizarem a mamografia. Felizmente, essas mamas por serem mais endurecidas ao toque, tem sua estética preservada por mais tempo, conservando o aspecto jovial (as pacientes mesmo relatam, podem doer, mas não "caem", rsrsrs).

O importante mesmo é que as pacientes fiquem tranquilas, pois isso não está relacionado a aumento no risco para câncer de mama. Também não reduzem o risco, então é importante a realização do autoexame das mamas todos os meses após o período menstrual, assim como as consultas e exames de rotina, pois por serem mais endurecidas, podem ter avaliação difícil sem o auxílio da ultrassonografia.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Dúvidas frequentes sobre ultrassom transvaginal

em terça-feira, 12 de junho de 2018

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Continuando nosso assunto sobre o exame transvaginal, há muitas perguntas e dúvidas a respeito do exame que as mulheres manifestam no meu consultório.
Vou tentar responder as mais frequentes aqui, ok?

O exame transvaginal dói?
A sonda utilizada para a realização do exame tem diâmetro bem fino, adequado ao tamanho da vagina para não gerar desconforto. Além disso, é utilizado um pouco de gel a base de água para lubrificar e facilitar a inserção do transdutor. Depois a sonda é colocada entre cerca de 3 a 7 cm no interior da vagina, dependendo do comprimento desta e a distância da parede uterina. 
É claro que a delicadeza do profissional que realiza o exame conta muito, assim como a presença de alguns problemas dolorosos, como inflamação nas trompas, nesses casos poderá haver dor.
Mas em geral o exame não gera desconforto: às vezes quando as pacientes me olham com cara de assustadas eu brinco - sabe aquela história de "é só a cabecinha", então, aqui é verdade!

Como é feita a proteção do transdutor?
São utilizados preservativos (feitos a base de látex), sem lubrificante. Como referido anteriormente, utilizamos gel aquoso como meio de condução. 
Para aquelas pacientes que referem alergia ao látex, podemos fazer uso de filme plástico (a base de PVC).

É necessário algum tipo de preparo?
Não utiliza-se nenhum preparo específico, apenas pede-se para a paciente esvaziar a bexiga alguns minutos antes do exame, para diminuir o desconforto e melhorar a visualização do útero. 
Exatamente ao contrário dos exames abdominais que precisam ser realizados com a bexiga cheia (tomando-se água).

Pode ser realizado com sangramento?
Caso possa-se esperar o final da menstruação, o exame fica mais confortável para a paciente, mas é só isso. Inclusive alguns exames são realizados no período menstrual para avaliar certas dúvidas específicas ou iniciar medicações indutoras de ovulação.  
Em outros casos - como "escapes" por anticoncepcional, sangramentos incessantes que duram "semanas" ou hemorragias mais intensas - será necessária a avaliação transvaginal para verificação de problemas que nem sempre podem esperar. Então realiza-se o exame com sangramento mesmo, sem problemas. 

Estou grávida, posso realizar o exame?
Como explicado anteriormente, o exame deve ser indolor e não exercer pressão sobre o útero (muito menos que uma relação sexual), assim ele é seguro e ideal para avaliações no início da gestação. 

As pessoas virgens podem realizar o exame?
Todos os colegas que conheço contraindicam o exame nessa condição. Já tive que utilizar o bom senso, às vezes, para benefício das pacientes:
- uma que era jovem - ofereci o exame via transretal para avaliação de uma condição importante, e após consentimento, o mesmo foi realizado com benefício no diagnóstico para a paciente. 
 - em outra paciente com mais idade, com exame de tomografia pélvica inconclusivo (não tínhamos a opção da ressonância magnética ainda na cidade), após consentimento, o exame  foi realizado sem dor ou sangramento, com sucesso trouxe benefício ao diagnóstico, confirmando a existência de um mioma e não outra massa tumoral que levaria a paciente à cirurgia. 
Apenas o médico que realiza o exame ou o médico assistente são quem podem sugerir essas vias alternativamente, sempre com a explicação, entendimento e consentimento da paciente, mas são "exceções" e não a regra - na quase totalidade dos casos a via abdominal com a bexiga cheia é suficiente para a avaliação das pacientes virgens. 

O uso de pomadas ou relações sexuais atrapalham o exame?
Não. Não há qualquer tipo de preparo ou regime especial para a realização deste exame. 

Pode ser realizado junto com a coleta de papanicolaou?
O ultrassom TV não possui restrições, mas o papanicolaou sim: a paciente deve abster-se de ter relações sexuais e utilizar cremes por três dias. Como manuseamos o colo uterino com gel orientamos o seguinte - realizar a coleta de papanicolaou primeiro e depois o ultrassom, ou aguardar três dias de intervalo entre eles.

O uso de anel vaginal contraceptivo interfere?
Não, ele é quase imperceptível ao ultrassom. Além disso a realização do exame não deve provocar seu deslocamento. 

domingo, 10 de junho de 2018

Qual a melhor época para realizar o ultrassom transvaginal?

em domingo, 10 de junho de 2018

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A ultrassonografia pélvica realizada pela via transvaginal é a maneira mais barata, simples e eficaz de avaliação das alterações uterinas e ovarianas na mulher.

Problemas como miomatose, pólipos e cistos podem ser visibilizados com bastante acurácia em quase todas as pacientes. As avaliações para posicionamento de DIU (Dispositivo Intra Uterino)  e gestação inicial também são otimizadas pelo uso dessa via pois como a sonda (também chamada transdutor) fica localizada próxima ao útero, permite a utilização de frequências de ondas que melhoram muito a visão de detalhes.

Muitos exames às vezes podem demonstrar-se inconclusivos, necessitando de avaliação posterior para a elucidação de achados como cistos ovarianos e espessamentos endometriais. Nesses casos pedimos para a paciente realizar um controle em fase pós menstrual. 

Como explicamos anteriormente em outra postagem, cujo link segue abaixo, a avaliação realizada no período pós menstrual é o período ideal para excluirmos a presença dos tais "cistos funcionais". 

http://ultrassomparaleigos.blogspot.com/2018/05/cisto-funcional-o-que-e.html

Além disso, pelo endométrio (camada que descama e sangra) estar limpo devido a menstruação, facilita a medida de sua real espessura, além de permitir a visualização dos pólipos endometriais (popularmente conhecidos como "verrugas").  Esses pólipos tem característica esbranquiçada (ecogênica - que gera muitos "ecos") ao exame. Como o endométrico na segunda fase do ciclo também torna-se ecogênico na fase secretora, fica assim, praticamente impossível a distinção entre os pólipos e o endométrio normal.

Mas afinal, quando é o período pós menstrual? 
Conta-se como primeiro dia do ciclo o primeiro dia da menstruação, mesmo que com sangramento pequeno. A partir daí pode ter-se o sangramento maior entre o segundo até o sétimo dia, reduzindo depois. 
Logo, teremos que entre o 8º ao 10º dia do ciclo seria o período ideal para o exame (podendo variar entre o 6º dia até o 12º dia, dependendo da duração total do ciclo de cada mulher). 

As indicações para realização do exame em período após a ovulação seriam apenas para verificar a ocorrência da mesma em casos de infertilidade. 

No próximo post, darei esclarecimento às dúvidas mais frequentes a respeito desse exame. Até lá!



terça-feira, 5 de junho de 2018

Menino ou menina?

em terça-feira, 5 de junho de 2018

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Meninos tem pênis e meninas tem vagina! Certa vez minha filha chega em casa com essa frase declarando-a aos quatro ventos, com apenas seus quatro anos de idade. Verdade: ela havia acabado de receber a informação na escola! Em casa ela conhecia por outros nomes...

Qual não era minha admiração então, ao ouvir os pacientes falando: doutora, eu vim confirmar o sexo de meu bebê, o outro doutor deu 80 % - 90 % - "X" % de chance de ser "menino" / "menina". Agora, se a informação é sólida - meninos tem pênis e meninas tem vagina (no caso do ultrassom: Vulva) - e isso tende a ser absoluto nessa fase, eu me perguntava: como é que os profissionais conseguiam quantificar o "achismo" deles... 

Como sempre tive dificuldade em fazer contas, acabei simplificando: apenas fornecerei a informação quando tiver certeza! O resultado tem sido fantástico: ao longo de 18 anos de consultório e 23 anos de prática em ultrassom tive apenas dois casos de erro de sexo fetal, e ambos produziram muito aprendizado! Sinceramente, quem nunca errou é porque nunca praticou: apenas os teóricos, esses sim: nunca erram...
 - Aprendizado número 1 - bolsa escrotal dobrada entre as pernas simula o aspecto de vulva: nunca mais falei o sexo das meninas com a perna fechada, ou ao menos sem conseguir visibilizar a imagem dos pequenos lábios! 
 - Aprendizado número 2 - o clítoris em idade gestacional precoce pode ser volumoso e simular um pênis!

Conquanto hoje em dia seja difícil acontecer o erro de determinação do sexo fetal em fase mais avançada (acima de 16 a 17 semanas) devido a ótima qualidade dos aparelhos utilizados, o mesmo não pode dizer-se da idade gestacional precoce: entre 12 a 14 semanas. Justamente pela qualidade dos equipamentos ser muito boa, temos a "tentação" de revelar a informação cada vez mais precocemente. Mas será que essa genitália externa está suficiente madura para fornecer uma informação válida???



Com podemos observar acima, temos a formação da genitália primordial, que inicialmente é indiferenciada, e apenas pela ação da testosterona fetal produzida nos fetos do sexo masculino é que teremos a diferenciação da genitália masculina (observada acima a esquerda - imagem A), do contrário, teremos a formação sexual feminina por ausência desse estímulo (imagem B). 

Agora imaginem isso visto ao ultrassom! Em algumas fases é simplesmente impossível de se determinar com exatidão. 

Na minha experiência pessoal, consigo determinar a maturação ao ultrassom, entre 14 e 16 semanas de idade gestacional, em média. Embora já tenha acertado com 13 semanas, essa informação não foi isenta de riscos...  assim retorno para minha posição anterior: Revelar apenas com certeza: estabeleci como limite mínima a idade de 15 semanas - pouco antes da metade do terceiro mês. 

Adotar essa posição trouxe muito mais tranquilidade para minha prática profissional e mais segurança aos pais! Sei que outros colegas tem tentado informar o sexo observando o ângulo do tubérculo genital em relação a coluna fetal. Mesmo em trabalhos controlados em centros de referência a taxa de acerto no início do terceiro mês foi de cerca de 84%.

Referência - http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v23n4/11366.pdf

Ora, se a informação não pode ser fornecida com confiabilidade total, de que nos serve? Ao especular-se sobre o sexo fetal, a família por mais que saiba da possibilidade de erro, já idealiza, faz planos e sonhos em sua mente, o que certamente será fonte de frustração futura caso ocorra o erro. Isso sem contar na possibilidade de prejuízo financeiro.

Para os papais apressadinhos ou ansiosos, felizmente já contamos com a possibilidade de determinação da sexagem fetal no sangue materno ... 

terça-feira, 29 de maio de 2018

Cisto funcional: o que é?

em terça-feira, 29 de maio de 2018

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Doutora, eu vim fazer o controle de meu cisto, mas é estranho: às vezes ele muda de lado, uma hora aparece no ovário direito, outra hora está no esquerdo, isso é normal?

O que acontece é que mensalmente a mulher prepara-se para uma nova gestação, por isso é chamado ciclo menstrual. Ele tem início com o primeiro dia da menstruação, na qual a queda das taxas hormonais (progesterona, no caso) leva à atrofia e descamação da camada menstrual, com o consequente sangramento típico "daqueles dias".

Em seguida teremos estímulo hormonal de uma glândula situada no interior da nossa cabeça, a hipófise! Por esse estímulo, o ovário começa a desenvolver alguns de seus folículos primordiais, presentes nos ovários desde o nascimento. Nessa fase há crescimento desses folículos em ambos os ovários. Eles podem aparecer como pequenas bolinhas escuras no interior dos ovários ao ultrassom, e isso é normal. Assim essa é a fase de folicular, onde o ovário vai secretar um hormônio chamado de estrogênio. É ele que confere nossa feminilidade - pele mais macia, voz suave, crescimento das mamas, afetividade, entre outros.

A certa altura, esses folículos crescidos tornam-se maduros, prontos para a ovulação. Normalmente atingem essa fase apenas um ou dois folículos, em qualquer um dos ovários, e eles podem medir desde 18 até 30 mm de diâmetro.
Estando maduro, a mulher entra na chamada fase peri ovulatória, a qual pode ser percebida pela presença de um muco incolor e pegajoso (semelhante à clara de ovo) expelido pela vagina e percebido ao limpar-se no banheiro. Sim, ele é bem viscoso e isso pode ser verificado: irá formar um fio incolor de vários centímetros, ao afastá-lo entre os dedos.
Essa também é chamada de fase fértil, na qual geralmente a libido (vontade por sexo) aumenta na mulher.
Lembre-se que isso tudo não ocorre nas mulheres que utilizam anticoncepcional hormonal, afinal de contas: ele foi feito para evitar a ovulação!

                                 
Então esse folículo "rompe-se" ocorrendo a liberação do óvulo para o interior da cavidade abdominal, o que pode ocasionar um pouco de dor ou desconforto, também chamada "dor do meio do ciclo". Geralmente ela não é muito intensa e desaparece após um ou dois dias, espontaneamente.

O dia da ovulação varia de uma mulher a outra, podendo ocorrer desde o final do período menstrual, até próximo ao vigésimo dia do ciclo (essas mulheres terão a duração do ciclo mais curta ou mais longa, respectivamente). Em geral a ovulação ocorre 14 dias antes da próxima menstruação - isso eu já explico melhor!). Assim numa mulher com intervalo de 30 dias entre as menstruações, vai ovular no 16º dia (30 - 14 = 16, ok?). Caso ela menstrue a cada 28 dias, cairá no 14º dia, e assim por diante.

Essa informação é muito válida para quem está tentando engravidar. O contrário não é muito seguro, não sendo confiável como método contraceptivo (lembre-se que ficamos mais "animadas" nesse período), além do dia poder ser variável (mesmo evitando-se o contato sexual três dias antes e depois do dia esperado).  

Após o rompimento folicular, o óvulo irá ser direcionado para as trompas, onde-se deverá se encontrar com o espermatozóide (sementinha masculina) para ser fecundado e iniciar uma nova vida.


                                   



Enquanto isso, no ovário, a área antes chamada de folículo sofre um tipo de "cicatrização", com espessamento de suas paredes, as quais irão começar a secretar grandes quantidades do hormônio progesterona, formando uma estrutura (que também pode ter a forma cística) chamada de Corpo Lúteo ou cisto luteínico (quando possui líquido dentro). A progesterona por sua vez, será responsável por manter "fofa" a camada do endométrio (a mesma que menstrua) no interior do útero, pronta para receber o "ovo" em formação. Ao ultrassom ela vai aparecer como uma faixa mais branca no interior do útero, e é aí que irá se implantar o saco gestacional.

Esse corpo lúteo tem tempo de vida determinado - dura apenas 14 dias caso não ocorra ovulação - sofrendo atrofia ou "secando" após isso. Com a queda da produção de progesterona o endométrio também atrofia e começa a sangrar, dando início a outro ciclo. Por isso sabemos exatamente quanto dura a fase luteínica ou secretora: 14 dias! 

Caso haja fecundação o tecido que forma o "ovo" começa a secretar outro hormônio: a gonadotrofina coriônica humana (ou HCG) a qual irá "informar" ao corpo lúteo que ele precisa manter-se "vivo" por mais 10 semanas, mantendo a gravidez segura até que a placenta esteja formada. 
Sim, esse é o mesmo do HCG detectado no sangue e na urina para confirmar a gravidez.

Desse modo meninas, podemos observar que as mulheres saudáveis e férteis terão a formação de vários cistos durante toda a sua vida, e isso é um bom sinal!

Poucos são os cistos considerados anormais e em caso de dúvida mais exames serão solicitados por parte de seu médico para avaliação. Um controle precoce pode ser essencial para diferenciar-se um do outro. Por final, lembre-se que nem sempre os achados de exame significam doença, apenas seu médico poderá interpretá-los.








sábado, 26 de maio de 2018

Final da gestação: quando é o nono mês?

em sábado, 26 de maio de 2018

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Semanas ou meses... afinal de contas quando a gestação completa os nove meses?

Para início de conversa, como o próprio nome diz: NONO MÊS.

Sim, ele compreende todo o período em que a criança está pronta para o nascimento. E isso vai variar de criança para criança, por isso não é uma data!

Tem-se acolhido que a gestação a termo (com o feto maduro) vai variar de 38 semanas até 42 semanas de idade gestacional, ou seja: o 9º mês contado a partir da data do último ciclo menstrual (1ºdia).

Uma fonte de confusão frequente é a contagem de cada mês como tendo 4 semanas apenas (ou 28 dias). Isso estaria certo caso estivéssemos na Lua, pois essa é a duração do mês lunar. Mas nosso calendário engloba entre 30 e 31 dias (exceto fevereiro), assim temos que cada mês terrestre tem cerca de 4 semanas "e meia" de duração. 

Ora, então pelas contas... 9 vezes 4 é igual a 36! Dessa maneira, muitos pais começam a ficar muito ansiosos pelo nascimento quando a criança mal completa o oitavo mês de gestação. 

Para evitar que a criança seja retirada prematuramente por meio de parto cesareano, o governo brasileiro acolheu a decisão de adotar como normativa o final da gestação como tendo 39 semanas como limite mínimo para as cesáreas interativas (ou seja = fora de trabalho de parto).

Mas essa norma é adotada apenas para as gestações de baixo risco, como medida de proteção ao recém nascido. Nos casos onde a gestação é de ALTO RISCO, essa data limite é adequada caso a caso, dependendo da doença existente na mãe ou feto, de modo que a decisão médica seja baseada na avaliação clínica e exames de apoio.

Desse modo, a data provável do parto (D.P.P.) é calculada caindo exatamente na idade de 40 semanas de gestação, ou seja, bem na metade do 9º mes, podendo a criança nascer naturalmente até 15 dias antes ou depois dessa data!

Caso essas informações tenham ajudado, não deixe de dar um like aqui embaixo e não percam a próxima postagem onde falarei sobre ...  

Ultrassom x Chocolate

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Já faz um bom tempo que escuto a frase "doutora, vamos ver o sexo do bebê hoje não é? Já comi o chocolate!". Como a moda era mais ou menos nova, comecei a entrar na brincadeira: ao me perguntarem se o bebê iria mostrar o sexo, eu mesma respondia com outra pergunta - "Depende: você comeu o chocolate???"
                                        

E assim seguíamos em frente, realizando o que melhor faço no mundo: mergulhar na imagem do aparelho junto com os pais e levá-los a um passeio ao interior do útero, onde seu maior tesouro está se desenvolvendo: uma verdadeira viagem!

Então reparei que muitas vezes o exame tornava-se tecnicamente difícil de ser realizado: alguns exames tive que remarcar para outro dia, pois até o final do período de tempo reservado para o mesmo, o "sujeito" não tinha parado quieto um segundo para eu realizar as medidas e os registros com a exatidão necessária. Certa vez até perguntei para a paciente: "O que houve, tomou toddinho hoje?"

O chocolate por ter alta alta carga de carboidratos (cerca de 2/3 de sua composição) associado a substâncias estimulantes, como a teobromina e cafeína (pequena proporção) está associado com hiperatividade, aumento da sensibilidade e aumento de frequência cardíaca verificado em estudos com animais. Podemos pensar o mesmo para o feto.

Além disso pode aliviar, por estímulo sensorial prazeroso, a ansiedade materna: GRANDE causa em minha prática clínica para posições fetais desfavoráveis. A explicação é simples: adrenalina passa a barreira placentária! Sob estímulo desse hormônio de stress agudo muitos fetos assumem posição de "defesa", encolhendo-se totalmente e ficando imóveis. Apenas após muita conversa é que a paciente relaxa, praticamente já desistindo de ver o sexo, e então como por "milagre" o feto também relaxa e permite que seja visibilizado o espaço que contém a informação crucial: é menino ou menina? 

Logo, temos dois pontos de vista: embora verdadeiramente o chocolate antes do ultrassom melhore os movimentos fetais, pode dificultar o diagnóstico.

Para utilizarmos do bom senso, vamos fazer um trato então: que tal evitar o consumo nos exames mais críticos como os morfológicos e estudos com doppler, deixando-o para exames intermediários onde acompanhamos o crescimento e peso fetal? Ou limitamos seu consumo a pequenas quantidades: 20 ou 30 gramas ingeridas entre 15 e 30 minutos antes do exame, de um bom chocolate (ao menos 50% de cacau).

Ah, principalmente: não esqueçam-se dos médicos ultrassonografistas, eles também podem gostar de chocolate!!!!


quinta-feira, 17 de maio de 2018

O que é Ultrassonografia?

em quinta-feira, 17 de maio de 2018

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Ultrassonografia

Trata-se um método de exame de formação de imagens do interior do corpo através de ondas sonoras, cuja frequência está acima da perceptível pelo tímpano humano (faixa de som audível), daí ser chamado de ultrassom.
Outro nome comum é ecografia, pois o aparelho capta os ecos formados pelos “gritos” (inaudíveis) de som  ao serem refletidos pelos tecidos e os transforma em gráfico no interior do computador do equipamento.
 Esses “gritos” são gerados pelo transdutor (parte de contato que tem contato com a pele do paciente através do gel) através de cristais de propriedades especiais capazes de transformar energia elétrica em ondas sonoras e vice versa (cristais piezoelétricos).

Utilidades

 A utilização atual da ultrassonografia estende-se praticamente a quase todas as especialidades médicas, auxiliando-as como método tecnológico e baixo custo e alta segurança. Obviamente a eficácia do exame irá depender do profissional que a executa, assim como da qualidade do equipamento utilizado.
Desse modo é utilizado amplamente pela ginecologia e obstetrícia (para avaliação fetal e dos órgãos maternos), avaliação da cavidade abdominal (fígado, vesícula biliar, pâncreas, rins, baço, grandes vasos abdominais, bexiga e outros), coração e cavidade torácica, no pescoço, e em membros avaliam-se as partes moles (desde a pele até o plano muscular), articulações e o estado circulatório.

Quem pode realizar esse exame?

Dependendo da indicação médica pode ser utilizado por qualquer pessoa em qualquer idade, não havendo limitações (desde avaliação de embriões intrauterinos) até idosos.
Para crianças é o método ideal (respeitando-se os limites técnicos) podendo ser realizado sem a necessidade de sedação, pois por ser dinâmico, permite que a criança faça alguns movimentos sem afetar sua qualidade.

O exame é seguro?

Por utilizar ondas sonoras é um método seguro, que não utiliza radiação para sua realização como ocorre em outros métodos, como o raio x, tomografia computadorizada, mamografia, radioscopia e outros. Em geral também não requer utilização especial de contrastes, a não ser em casos especiais.
O único contraste utilizado em exames gerais é aquele obtido pela hidratação (ingestão de água pelo paciente).
O exame requer algum tipo de preparo?

Apenas exames especiais como avaliação do abdome requerem jejum e algum tipo de laxante suave na véspera do exame para melhorar a visibilização das estruturas, além da hidratação. Na maioria dos outros exames não utiliza nada.



Texto: Dra.Valquíria Zago Matheus



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